21 agosto 2008

Amado

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

Mundo corporativo

 
A HISTÓRIA DO RAUL
por Max Gehringer

Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo
sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo
acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou
marketing pessoal.

Figuras como o Raul. Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade.
Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio.
Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no
grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho.

Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda
desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim. Já o Raul nem dava
palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um
só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já
estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase. Deu no que
deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma.

E o resto de nós passou meio na carona do Pena que, além de nos dar
uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse
dele nas provas. No dia da formatura, o diretor da escola chamou o
Pena de paradigma do estudante que enobrece esta instituição de
ensino'. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo. Dez anos
depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma
multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções
estratégicas de cinco e dez anos.

E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha
conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar
direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que
ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o
Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém
tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.
Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido
transferido para Miami, onde fica a sede da empresa.

Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o
convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido
astronauta. E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta
inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava
daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém
precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer. Foi quando, num
evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos
da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de
valor inestimável: ... Ele entendia de gente.

Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios
subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem
mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou
Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase
ótima: 'Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue
vendê-lo'

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de
facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador
normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio. Essa era a
principal competência dele.

Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o
verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam
Grandes'.

20 agosto 2008

Síndrome dos Vinte e Tantos


A chamam de 'crise do quarto de vida'.


Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos.
Se dá conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por
diferentes questões: trabalho, estudo, namorado(a) etc..


E cada vez desfruta mais dessa cervejinha que serve como desculpa para
conversar um pouco.


As multidões já não são 'tão divertidas'... E as vezes até lhe incomodam.
E você estranha o bem-bom da escola, dos grupos, de socializar com as mesmas
pessoas de forma constante.


Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos,
outros não eram tão especiais depois de tudo.


Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses
amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores
pessoas que conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são os amigos
mais importantes para você.


Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor.
Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde
lhe fazer tanto mal.


Ou, talvez, a noite você se lembre e se pergunte por que não pode conhecer
alguém o suficiente interessante para querer conhecê-lo melhor.
Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns
começam a se casar.


Talvez você também, realmente, ame alguém, mas, simplesmente, não tem
certeza se está preparado (a) para se comprometer pelo resto da vida.
Os roles e encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar
bêbado(a) e agir como um(a) idiota começa a parecer, realmente, estúpido.
Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado(a) e significa muito
dinheiro para seu pequeno salário.


Olha para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que
estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que
tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.
Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer.
Suas opiniões se tornam mais fortes.


Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que
o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona
coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é.


Às vezes, você se sente genial e invencível, outras... Apenas com medo e confuso (a).
De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o
passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar avançando.
Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro... E com construir uma
vida para você.


E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar
competindo nela.


O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse
textos nos identificamos com ele. Todos nós que temos 'vinte e tantos' e
gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes.


Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na
cabeça... Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos
que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos...
Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro.
Parece que foi ontem que tínhamos 16...


Então, amanha teremos 30?!?! Assim tão rápido?!?!


FAÇAMOS VALER NOSSO TEMPO... QUE ELE NAO PASSE!


Afinal, "a vida não se mede pelas vezes que você respira, mas sim por
aqueles momentos que lhe deixam sem fôlego..."


Envie esse texto a seus amigos de vinte e tantos... Talvez, ajude a alguém a
se dar conta de que não está sozinho em meio a tanta confusão...